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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Ah, a Lagoa!

Voltei a caminhar na Pontinha,ontem! Há quanto tempo não ia para aqueles lados! 
Estão fazendo algumas obras na orla e, por enquanto está meio confuso caminhar por lá, mas imagino que
vá ficar bonito. A natureza sozinha já entra com 90%, pois precisa de cuidados e manutenção, é claro.
Muitas gaivotas e garças, o sol se pondo de modo deslumbrante sobre os barquinhos. Faz-me lembrar os tempos de infância!
Ah! A lagoa, a praia! Como eram deliciosos nossos dias de verão!
Na praia encontrávamos água limpinha que nos mostrava as conchinhas do fundo, peixinhos a nos mordiscar as pernas, castelos de areia, pegar com as mãos a espuma que as ondas deixavam na beira, como se fosse possível guardar.
Ver as pessoas que passavam a lama preta que teria propriedades terapêuticas, pelo corpo todo. Só deixavam de fora os olhos e a boca. Nunca tive coragem de passar no meu corpo, pois tinha a impressão de que poderia grudar, sem que eu conseguisse, nunca mais retirá-la.
Bóia nova de pato ou de cavalinho, prancha de isopor, aprender a boiar, a mergulhar sem tapar o nariz, dar cambalhotas debaixo d’água, organizar campeonatos de natação que sempre terminavam em discussões intermináveis.
Fechando os olhos, ainda posso ver meninos pulando de grandes pneus que sempre imitei só em sonhos, posso ouvir o burburinho da praia, muitas pessoas falando, crianças gritando, o barulho de muitos mergulhos e o cheiro característico da água, do iodo, dos óleos de bronzear e do creme hidratante de minha mãe.
Hoje, quando admiro a beleza da lagoa, custo a aceitar que tudo ficou perdido no tempo, que as crianças não podem aproveitá-la, como nós. Impossível crer que de acordo com as previsões mais pessimistas, ela possa se dividir em 11 ou 13 pequenos lagos que mais tarde se transformarão em brejos.
Espero que ainda haja tempo e disposição social e política para tentar reverter essa situação lastimável.
Moro no bairro do Areal e quando passo à tardinha pela orla, é gostoso ver os pescadores de volta com seus barquinhos, a espuma atravessando a estrada levada pela força do vento, como pequenos flocos de neve que brotam da areia e algumas poucas crianças se aventurando em mergulhos e brincadeiras
Acredito que a lagoa, como parte integrante e importantíssima do nosso patrimônio e da história de cada um de nós que aqui vivemos, merece que busquemos respostas e soluções para sua cura definitiva.

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